3.8.04

Quando os sonhos morrem

Triste. Assim se encontra hoje o meu espírito. Assim está neste momento o autor desta mensagem. Triste por ter sido forçado a fazer algo que não desejava. Triste por ter abandonado a si mesmo. Triste por não ser mais o que era antes, por desvirtuar a própria índole, tomando atitudes necessárias, mas infelizmente a última foi forte demais para o meu coração. Estou triste, não em parte, mas em todo.

É difícil ver pessoas desistirem da própria felicidade. Mais difícil ainda é sentir que elas estão tão acomodadas em seus problemas que sequer tentam reagir. Enterram sonhos, sentimentos, e vivem uma vida sem sentido, sem razão, sem caminho, sem qualquer coisa que lhe possa trazer felicidade. Vivem em um mundo diferente, sem motivos para sorrir, para viver.

Para mim é muito difícil deixar de ajudar a quem precisa. Mais ainda quando as pessoas que necessitam de auxílio se assemelham muito com meu jeito de ser. Sinto como se estivesse abandonando minha própria essência. Mas, infelizmente, não se pode ajudar quem não quer. Só Deus sabe o que estou passando neste momento. Mas isso me fará crescer.

Pior do que não conseguir ajudar, é notar que a pessoa que precisa de ajuda não acredita em você, simplesmente ironizando todas as tuas tentativas de ajuda. A sensação de humilhação e impotência trazem neste momento um sentimento de inutilidade, onde nada se pode fazer, senão virar as costas para tudo isso e continuar a viver.

Eu acredito na felicidade. Acredito que podemos ser felizes. Acredito nos seres humanos. Acredito nos sentimentos. Acredito no amor. Acredito que todas as dificuldades que existem em nossas vidas nos fazem amadurecer. Acredito que todos os males possuem cura. Acredito que nada é para sempre, mas também acredito que o amor é eterno. Não se pode desistir de um sonho. Mas eu o fiz.

Fiz no exato momento que me negligenciei de ajudar uma pessoa que precisava. No exato momento do adeus que foi dado a essa pessoa, pode ter acabado não só o contato humano, mas também a esperança de que essa pessoa pudesse encontrar a solução para a sua vida. Embora tenha esgotado todas as minhas tentativas, talvez devesse buscar outras alternativas para conseguir ajudar.

Mas de nada adianta. Então passo dias e noites indagando-me se vale a pena ser como sou. Será que é válido ajudar as pessoas? De que adiante ser feliz se o mundo é triste? De que adianta ser amigo se o mundo nos trai? De que adianta ser sincero se o mundo mente? De que adianta ser carinhoso se o mundo é frio e indiferente? De que adianta ser assim?

Por isso deixei de acreditar em muitas coisas no passado. Deixei de acreditar em amigos, em sonhos, em amor, em felicidade. Deixei de acreditar em tudo, em mim, no mundo, deixei de acreditar na vida, procurando por várias vezes a minha morte. Se hoje estou vivo, se hoje acredito na felicidade, se hoje tenho esperança no amor, foi Deus que me deu isso tudo.

Pois bem. De nada adianta falar tudo isso, se a única coisa que me faria voltar atrás seria a rendição das pessoas que me fizeram tomar tal atitude. Porém, se fui obrigado a faze-lo, significa que essas pessoas não querem mudar, preferindo o triste cotidiano da infelicidade. Eu tentei, eu busquei, mas não houve resposta. Não tenho valor para essas pessoas. Portanto, sejam felizes.

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