30.7.07

Poesia de 11 de Janeiro de 2007

PALAVRAS DE DECLARAÇÃO

Ainda não sou capaz de descrever o que aconteceu
O que meu coração viu em ti que não consegue descansar
De uma forma tão furtiva esse sentimento apareceu
E eu, escravo da timidez, não sou capaz de te falar

Queria muito que tu pudesses sentir minha tola sensação
E eu, enamorado por tão cativante ser, ele que se cala
Te gosto tanto que o silencio me causa forte aflição
Mas minha alma sofre pelo silencio de quem nada fala

Não sou capaz de encarar olhos tão ternos
Tremo apenas em escutar tua doce e bela voz
E eu, enclausurado em meio a medos eternos
Lanço meu amor no rio, buscando você na foz

Não sou capaz de dizer o que ocorre quando você passa
Uma vez que não temos nenhuma intimidade
Porém eu olho para trás quando teu corpo me ultrapassa
Pergunto-me se o que sinto é mesmo verdade

Percebo que muitas vezes se perde ao me observar
Com olhar atento, penetrando o meu espírito
Tanto que, quando vejo, põe-se logo a disfarçar
Confesso que eu considero isso muito bonito

Quantas vezes eu sonhei só em poder te tocar!
Mas algo no mundo não quer nossa aproximação
Às vezes tento um novo relacionamento focar
Mas para o meu coração isso não é uma solução

Contudo, tão perto e tão longe disso acontecer
Vejo que não posso nem devo tentar seguir adiante
Sem sua vontade, o correto é tentar esquecer
Amo seu sorriso, mas seu carinho é desejo distante

Por isso faço uma primeira e última declaração
De alguém que te quer mas não possui muito valor
Desde já lhe ofereço, sem sucesso, meu coração
Para que viva sabendo que és a dona do meu amor.

23.7.07

A Mão e a Voz

Às vezes sinto as palavras fugirem da minha boca. Não sei onde estou, nem mesmo consigo ver algo adiante. Cerro meus olhos, e sinto o vento suave tocar meu rosto. Ouço algo parecido com uma música lírica sibilar em meus ouvidos. Abro os olhos. No horizonte, um paraíso, uma paisagem sem igual. Olho ao redor, e vejo pessoas felizes, sorrindo naturalmente. Olho para o céu. O Sol imponente faz o seu trabalho, iluminando a Terra e a vida de inúmeras pessoas que, aquele ínfimo momento, estão felizes por estarem vivas.

De repente, algo fala ao meu coração. Sussuros delicados, tal como vozes angelicais. Alguma coisa me diz para esquecer o passado. Mas como, se o passado está tão latente em meu coração? A mesma voz tênue diz para esquecer espiritualmente, para entender que aquilo que já passou não volta, e que a vida na Terra é curta demais para nos prendermos a tais lembranças. Concordei, afinal a vida existe para ser vivida, e não para ser sofrida.

Repentinamente, sinto algo segurar meu coração. Algo como uma mão, que aparentemente transpassou minha carne até chegar ao meu órgão pulsante, agora ainda mais acelerado pela mão. Contudo, é uma mão terna, algo diferente, me faz feliz... E, subitamente, uma voz doce e acolhedora invade minha audição: "eu cuidarei para você", disse. Não, eu não estava sonhando, era real, muito real, e me trouxe felicidade ainda maior. Era DEUS falando comigo, e cuidando do meu coração.

Fico pensando, hoje, porque DEUS fala conosco de forma tão suave, se nem ao menos retribuímos à altura. E mais: por que Ele cuida de nossas vidas de forma tão cativante, se somos tão ingratos. Mas agradeço a Ele por ser assim, fiel aos nossos corações, pegando um a um em Suas mãos e dizento para cada um que está cuidando. E, mesmo assim, ainda teimamos em tirar de Suas mãos os nossos corações, influenciados por nossas mentes humanas, e sofremos horrores por causa da nossa própria ignorância espiritual.

Quantas vezes pragejamos contra tudo e contra todos, e alçamos nossas vozes ao céu, dizendo "é isso que você quer, Deus? Quer que eu sofra? Por que você deixa que eu passe isso? Você me odeia? O que foi que eu fiz?", sem ter a consciência necessária do que estamos falando?

Ele nos ama.

E sofre por nossas perversidades.

Por isso, precisamos mudar.

Hoje eu sei que tudo de bom que houve na minha vida, foi DEUS quem colocou.

E, se vivi dores e sofrimentos, fui eu, o "Homem Bruno", que busquei isso, usufruindo do livre-arbítrio que recebi dEle.

Mas estou aprendendo, lentamente, mas gradativamente.

"Às vezes vivemos nossos dias sem pensar, sem entender, mas um dia vemos, sim, vemos que tudo estava na nossa frente, tal como uma paisagem ímpar diante dos olhos recém-descerrados. E assim, duas correntes te apresentam à vida: a Mão e a Voz."

Pensem Nisso, amigos.

Uma Singela Homenagem

Estava pensando: Sempre sofremos por causa da perda que alguém querido. Isso me fez lembrar de uma história sobre solidão. Uma pequena história sobre como nós podemos perder os sonhos por culpa própria. Uma história fictícia, mas que certamente já foi vivenciada por alguém. Ou por muitos.

Ronaldo estava indo para a casa de Silvana. Isso não era novidade, afinal seu namoro já durava mais de dois anos. Durante o trajeto, de aproximadamente 1h50min de ônibus, pensava em coisas bonitas para falar a ela. Tinha um carinho e um amor muito maior do que já sentira por alguma mulher.

Ronaldo sempre gostava de se lembrar do desafio de conquistá-la: Silvana, quase dez anos mais nova que ele, como mulher muito bonita, sempre chamou a atenção de todos os rapazes. E ele, aos 28 anos na época, não sabia como conquistar aquela moça formosa de apenas 18 anos. Mas tinha em mente que a conquistaria, pois sabia do potencial de seu sentimento. Apesar de não ser muito bonito, ser baixo para os padrões femininos, tinha um bom conhecimento, gostava de ler e conversava sobre tudo. Sabia ser simpático, pensava ele sem muita modéstia. E, quando pôde conversar com ela finalmente, começou a enlaça-la.

Ronaldo sempre ria quando a beijara pela primeira vez. Totalmente envergonhado, abraçava Silvana enquanto estavam sentados na escada que levava à casa dela. Colava seu rosto junto ao dela, beijava seu rosto, mas nunca a boca. Até que, num momento de distração dele, ela virou o seu rosto de tascou "aquele" beijo. Assustado, lembra-se que perguntou o que a motivou a fazer aquilo, ao que ela, sorrindo (e ele era apaixonado pelo sorriso dela), disse "sei que você queria, mas como nunca tomava a iniciativa, resolvi te atacar mesmo". Ronaldo acabava rindo quando se lembrava desta gafe.

Hoje era um dia especial: Ela estava voltando de uma longa viagem, a qual ele não teve como acompanhar, por causa de seu trabalho. Ela tinha ligado no dia anterior, dizendo que o amava, e que estava com muitas saudades. Exigiu que ele fosse neste dia à sua casa. e ele gostava de ir lá, a mãe dela era carinhosa e o pai era muito divertido. Às vezes passavam horas contando piadas.

Para surpreendê-la, levava consigo um buquet belíssimo de rosas. E tinha rosa de todas as cores: Brancas, amarelas, vermelhas e, obviamente, rosas. Um buquet de muitas rosas, um pequeno mimo para a mulher que ele amava, e que também o amava muito. Ele sabia que ela era apaixonada por rosas. Lembra-se de quando, sem querer, Silvana espetou um dedo em um espinho, provocando um pequeno sangramento. Com ternura, Ronaldo recordava o momento em que, limpando suas mãos, ouvia-a dizer "as rosas, mesmo belas, se defendem, assim como defendo meu amor". E se lembra com um sorriso enorme da frase que se seguiu após essa: "Eu te amo".

Ronaldo estava quase saltando do ônibus para empurrar o veículo. Achava que estava lento demais, parava em todos os pontos e ninguém subia ou descia. Bem vestido, perfumado, e com um vistoso buquet de rosas, mal se aguentava de tanta ansiedade. Olhando adiante, viu o ponto que tanto desejara naquele dia: Era o ponto em que ele saltaria!

Desceu e, lépido, foi até a casa dela. Deu uma ajeitada em suas vestes, verificou se o perfume ainda estava perfumando. Chegando na casa de Silvana, tocou a campainha. Ninguém atendeu. Tocou de novo, e veio a mãe dela, visivelmente abatida, quase desfalecendo. Rapidamente, Ronaldo a escorou e a ajudou a entrar em casa. Sentia algo de errado. A mãe de Silvana estava aos prantos. Segurando a sua mão, Ronaldo perguntou o que acontecera, já com um aperto no peito, que transformou em violenta ferida quando ouviu aquilo que sempre temera: Silvana tinha ido embora.

Tentando não entrar em desespero, perguntara como. A mãe dela, entre muitos soluços, dissera que o ônibus em que ela viajava chocou-se com um caminhão de produtos inflamáveis, explodindo tanto o ônibus quanto o caminhão. Ninguém sobrevivera, todos morreram carbonizados. Nessa hora, Ronaldo caiu de joelhos. Ele não chorava, não tremia, apenas tinha um olhar opaco, sem brilho e sem vida. Em menos de um segundo, toda a sua vida com Silvana passou diante de seus olhos. Então, dando um abraço longo e apertado na mãe de Silvana, levantou-se e tornou-se a ir para a sua casa. E, com ele, o buquet que mandara fazer com tanto esmero.

No dia do enterro e Silvana, via-se Ronaldo, com a mesma roupa do dia que recebeu a notícia fúnebre. E, em sua mão direita, o mesmo buquet que tinha feito para ela. As rosas haviam murchado. Antes de fechar o túmulo, Ronaldo depositou encima do caixão o buquet, e assim saiu. Ao chegar no lado de fora do cemitério, enfim chorou. Chorou como uma criança de castigo por algo que não fez. Agora tinha certeza que ela tinha ido embora, e para sempre.
Contudo, Ronaldo se lembrou que Deus é o Senhor da vida e da morte, e orou. Pediu a Deus que a abençoasse, e agradeceu a Ele por ter posto mulher tão maravilhosa em sua vida. Ainda brotando lágrimas em seus olhos, pegou o primeiro dos três ônibus que teria que tomar para voltar para casa. Mas, desta vez, ele sorria. Não pela dor, não pela perda, mas por saber que viveu a felicidade, ainda que por pouco tempo.

Se Ronaldo superou tudo isso? Sim, a vida continuou. Mas hoje, quando se lembra dela, não se prende à dor da tragédia, mas sim dos sorrisos que dividiram, dos beijos que trocaram, do amor que um compartilhou com o outro. Sozinho, não acredita que outra pessoa aparecerá em sua vaida para preencher essa lacuna. Entretanto, sabe que para Deus nada é impossível, e por esse motivo não fecha as portas docoração. Antes, deste a chave para Deus.

Isso porque o amor é eterno. E Deus ama cada um de maneira igual. E assim vivemos nossa vida.

Jamais devemos morrer pela perda. Senão apodrecemos nossa alma. E seremos seres sem via. Como as flores murchas de quem um dia amou.

Então, sejamos como as flores da terra queimada, que teimam em nascer mesmo em um cenário desolador. Somos as árvores do Deserto, e nunca devemos esmorecer. A vida continua, e ninguém gostaria de nos ver abandonando-a por causa dela. Antes, precisamos seguir em frente. Sempre em frente. Para ficar em paz com nossa alma. E merecer o sorriso de Deus.

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Essa é minha singela homenagem aos familiares que perderam seus entes, seus amores, e que não desistiram de viver.

21.7.07

Decepções, Revoltas e Arrependimentos Femininos (Crônica)

A alegria de estar com quem sempre quis estar. Por tanto tempo ela desejara aquele rapaz, e agora ela podia dizer que ele estava contigo. Era um desejo sincero, realmente forte, o qual sempre combatera, mas foi mais forte. E daí? O desejo se tornou realidade. Naquela noite, ele era dela, e se dependesse dela, somente dela.

Era um desejo íntimo. Por quase três anos, ela se insinuara, mandara bilhetes, até ter coragem de, naquela festa, declarar-se para ele. Isso depois de beber algumas doses de alcool, para ter coragem. Afinal, ela sabia que sua timidez iria impedi-la, e mesmo sabedora que quem tem que falar com a mulher é o homem, aceitara livremente a inversão de papéis, e assim o enlaçou.

Ela sempre ouvira dizer que ele beijava bem. Pôde, enfim, ter a prova, e que prova! O seu fôlego faltava, tamanha a animosidade dos lábios se entrelaçando. Seu corpo tremia, buscava a cada instante seus braços, seu corpo, era real, era real! Num momento repentino, sentiu-se a menina mais feliz do mundo, ao alto de seus 19 anos. Sim, menina, pois ainda era pura. Tempos que hoje se lembra com extrema doçura.

Rapidamente, sem ao menos reparar como, já estava em frente à casa dele. Os beijos não cessavam. Cada vez mais entregue, adentrou à residência aos beijos e afagos cada vez mais íntimos. Em menos de um instante, já estava sobre a cama dele, seminua, começando os preparativos para uma estréia desejada. Sim, ela havia o escolhido para ser o primeiro. Novamente, ao ver-se, estava nua. A noite iria apenas começar. Mas...

Nada foi como planejara. A brutalidade dele logo desfez o sonho, e a fez se depara com a realidade. Tal como uma posta de carne, fora consumida ávidamente, sem carinho nem delicadeza. O amor que ela acreditara fazer brotar em seu coração nunca existira. Era apenas desejo, desejo sexual visível e incontrolável. Ele agia por impulso, estava se deliciando com aquela situação, subjugando-a completamente. Quanto ela pensara que mudaria, viu que era para pior. Encaixando-se atrás dela, mostrou-a a verdadeira tradução da dor. Tal que desmaiou.

Acordando (desta vez de verdade), viu que o rapaz, aquele rapaz que por tanto tempo desejara, ele a possuía sem amor, só por desejo. Sim, o sonho era um pesadelo. E, quando fez menção de desistir, apenas um urro a fez desistir. Ele chegara ao orgasmo dentro dela. Agora era tarde. Agora sim, o pesadelo estava consumado. Não tinha mais como voltar atrás.

Aos prantos, foi dispensada da casa dele. Entrara em uma lista, na lista dolorosa das "vítimas" de alguém que tem como único objetivo o prazer sexual. Fora utilizada, tal como uma prostituta, para fins sexuais, sem carinho nem amor, apenas desejo, muito desejo. Mas nem dinheiro ganhara. Apenas decepção, e um profundo arrependimento. Lembrou-se de sua mãe, que sempre a alertou para esse tipo de pessoa. De seu pai, que não aceitaria tal atitude. Viu seu mundo ruir. E ruiu.

Dá dó ver seus olhos hoje. A tristeza se estampa em seu semblante, cansada após um noite árdua trabalhando em uma empresa miserável. Ganha tostões para sustentar sua filha, fruto da pior noite de sua vida. Sempre que passa a lembrança da sua mãe chorando, e de seu pai a expulsando de casa após saber da notícia, ela chora. Todos os planos que fizera, todos os sonhos que sonhara, tudo morrera em uma atitude tão desejada quanto errada. Revolta-se quando lembra que o pai se recusou a reconhecer a criança. E, sem lar e sem dinheiro para um exame de DNA, ficou reclusa por quase um ano na rua, inclusive tendo sua filha durante essa dura estada.

A sorte, porém, havia lhe sorrido, quando recebeu a proposta para trabalhar em uma empresa de peixes enlatados. Mas era árduo, pois tinha que retirar vísceras por 12, 16 horas diárias. Todos os dias, sem feriado ou fim de semana. Mas tinha um teto, e podia reencontrar sua dignidade. Sua mãe a visitava aos domingos, quando trabalhava apenas um período, e com elas notícias sobre o mundo. A mãe fazia questão de ver a neta que o pai odiava. Via a criança como o motivo da destruição da filha. Fardo duro para ser carregado por uma criança de apenas seis anos. Fardo o qual ela nunca pediu para carregar.

A vida era uma quimera. Mistura de dor e superação, ela guarda até hoje a esperança de reconstruir seu futuro. E trabalha pra isso, pois sabe o caminho que tem que caminhar. Amanhã, deseja ela, sua filha viverá uma vida maior que ela sonhara pra si. Grande pelas adversidades que vive, honrada e justa. E sem cometer os erros da mãe, sem os desejos que destroem uma vida.

Cresce, assim, a filha da perseverança. Que pode um dia ser de qualquer um de nós.

Basta errar.

12.7.07

Palavras Para Quem Não Pode Me Ler - 11 Meses Depois

Estive pensando hoje no texto "Palavras Para Quem Não Pode Me Ler" (http://buizinho.blogspot.com/2006/08/palavras-para-quem-no-pode-me-ler.html). Palavras que eu escrevi, a 11 meses atrás, referentes à maior das minhas burradas, à primeira e mais dolorosa experiência de como fazer a coisa errada na hora errada, e assim estragar tudo. Estive reanalisando a minha atitude naquela época, agora que estou com um relacionamento estável, feliz no amor finalmente, com minha Cel (que poderia se chamar "céu", devido ao bem que ela me faz), e descobri uma coisa: A burrada foi maior que eu pensava.

Tive uma juventude muito atribulada. Dos 15 aos 21 anos, vivi longe de meus irmãos, só os encontrando nos fins-de-semana. Eu morava com meu pai, e eles com minha mãe. O motivo foi a incompatibilidade entre eles e a esposa de meu pai. Esposa esta que, por motivos o qual desconheço, me obrigava a fazer todo o trabalho pesado de casa, e nunca era bom o bastante. Eu era muito criticado, esmagado pela pressão e pelas críticas. Ela jogava na minha cara que eu não era bom exemplo, e atribuía todo e qualquer erro que suas filhas cometiam "à convivência" comigo (antes era comigo e com meus irmãos, e estes foram embora por causa desta e de muitas outras coisas, ainda piores). Então, como gostava de morar com meu pai, me sujeitava a essas imposições. Não podia levar amigos ou namorada pra minha casa. Tive medo de me relacionar. Acho hoje que foi um trauma por tudo que acontecia lá. Meu pai pagava todas as contas, mas eu não podia usar nada. Era tudo da esposa dele e das suas filhas. Algo de se enlouquecer.

Tudo o que foi descrito no texto "Palavras Para Quem Não Pode Me Ler" (http://buizinho.blogspot.com/2006/08/palavras-para-quem-no-pode-me-ler.html) é verdade. Mas o que ninguém nunca soube foi dos "bastidores", o que se passava em minha vida durante aquela época. Coisas que começo a expôr agora, e assim explicar um pouco mais sobre o baque que aquela decepção causou na minha vida.

Naquela época, eu fazia estágio no Hospital Souza Aguiar (RJ). Era pra ser estágio de Técnico em Contabilidade, mas acabei estagiando como Técnico em Administração, e por isso passeei por todos os setores possíveis no Hospital. Acabei parando na Emergência!

Nesta época, começou toda a história que já relatara. E onze meses depois posso dizer, não sem dor, não sem arrependimento, uma vez que só consigo dizer por causa da estabilidade emocional que o amor de Celeste me proporcionou, todo o mal que as atitudes tresloucadas daquela época me causaram.

Eu queria muito estar com ela. Tinha sonhos, desejos... E uma vontade muito grande no coração de dizer tudo isso a ela. Mas, parte timidez, parte medo de alguém de onde eu morava acabasse por ofende-la, parte por imaturidade, e parte (a maior) pela burrice que a inocência de um "homem" de 18 anos pode causar, por tudo que passava na minha vida.

Fui fraco, como dissera, pois não tive coragem de correr atrás de quem eu queria. E isso fez reflexo na maior dor sentimental que vivi, que relatei na crônica "Uma Velha Carta" (http://buizinho.blogspot.com/2004/07/uma-velha-carta.html), o qual digo que é o exemplo de como um homem imaturo e coagido reage à perda de uma paixão. E hoje eu sei que, se minha atitude tivesse sido outra, se eu tivesse coragem de me declarar, de correr atrás de quem eu queria, minha vida teria tomado outro rumo, outro caminho. Mas águas passadas não movem moinhos, e aquilo que deveria ter feito em 1998, por duas vezes, eu só fui aprender em 2007, e agora o faço. Novamente, graças a Celeste (uma bênção em minha vida, não concordam?).

Pois é. A burrada foi maior, pois refletiu na minha história como um todo.

E fez isso que sou hoje. Inseguro.

Mas estou crescendo.

Aguardem!!!