12.7.07

Palavras Para Quem Não Pode Me Ler - 11 Meses Depois

Estive pensando hoje no texto "Palavras Para Quem Não Pode Me Ler" (http://buizinho.blogspot.com/2006/08/palavras-para-quem-no-pode-me-ler.html). Palavras que eu escrevi, a 11 meses atrás, referentes à maior das minhas burradas, à primeira e mais dolorosa experiência de como fazer a coisa errada na hora errada, e assim estragar tudo. Estive reanalisando a minha atitude naquela época, agora que estou com um relacionamento estável, feliz no amor finalmente, com minha Cel (que poderia se chamar "céu", devido ao bem que ela me faz), e descobri uma coisa: A burrada foi maior que eu pensava.

Tive uma juventude muito atribulada. Dos 15 aos 21 anos, vivi longe de meus irmãos, só os encontrando nos fins-de-semana. Eu morava com meu pai, e eles com minha mãe. O motivo foi a incompatibilidade entre eles e a esposa de meu pai. Esposa esta que, por motivos o qual desconheço, me obrigava a fazer todo o trabalho pesado de casa, e nunca era bom o bastante. Eu era muito criticado, esmagado pela pressão e pelas críticas. Ela jogava na minha cara que eu não era bom exemplo, e atribuía todo e qualquer erro que suas filhas cometiam "à convivência" comigo (antes era comigo e com meus irmãos, e estes foram embora por causa desta e de muitas outras coisas, ainda piores). Então, como gostava de morar com meu pai, me sujeitava a essas imposições. Não podia levar amigos ou namorada pra minha casa. Tive medo de me relacionar. Acho hoje que foi um trauma por tudo que acontecia lá. Meu pai pagava todas as contas, mas eu não podia usar nada. Era tudo da esposa dele e das suas filhas. Algo de se enlouquecer.

Tudo o que foi descrito no texto "Palavras Para Quem Não Pode Me Ler" (http://buizinho.blogspot.com/2006/08/palavras-para-quem-no-pode-me-ler.html) é verdade. Mas o que ninguém nunca soube foi dos "bastidores", o que se passava em minha vida durante aquela época. Coisas que começo a expôr agora, e assim explicar um pouco mais sobre o baque que aquela decepção causou na minha vida.

Naquela época, eu fazia estágio no Hospital Souza Aguiar (RJ). Era pra ser estágio de Técnico em Contabilidade, mas acabei estagiando como Técnico em Administração, e por isso passeei por todos os setores possíveis no Hospital. Acabei parando na Emergência!

Nesta época, começou toda a história que já relatara. E onze meses depois posso dizer, não sem dor, não sem arrependimento, uma vez que só consigo dizer por causa da estabilidade emocional que o amor de Celeste me proporcionou, todo o mal que as atitudes tresloucadas daquela época me causaram.

Eu queria muito estar com ela. Tinha sonhos, desejos... E uma vontade muito grande no coração de dizer tudo isso a ela. Mas, parte timidez, parte medo de alguém de onde eu morava acabasse por ofende-la, parte por imaturidade, e parte (a maior) pela burrice que a inocência de um "homem" de 18 anos pode causar, por tudo que passava na minha vida.

Fui fraco, como dissera, pois não tive coragem de correr atrás de quem eu queria. E isso fez reflexo na maior dor sentimental que vivi, que relatei na crônica "Uma Velha Carta" (http://buizinho.blogspot.com/2004/07/uma-velha-carta.html), o qual digo que é o exemplo de como um homem imaturo e coagido reage à perda de uma paixão. E hoje eu sei que, se minha atitude tivesse sido outra, se eu tivesse coragem de me declarar, de correr atrás de quem eu queria, minha vida teria tomado outro rumo, outro caminho. Mas águas passadas não movem moinhos, e aquilo que deveria ter feito em 1998, por duas vezes, eu só fui aprender em 2007, e agora o faço. Novamente, graças a Celeste (uma bênção em minha vida, não concordam?).

Pois é. A burrada foi maior, pois refletiu na minha história como um todo.

E fez isso que sou hoje. Inseguro.

Mas estou crescendo.

Aguardem!!!

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