Palavras, textos poéticos, prosas, poemas, poesias, cartas, contos, crônicas, pensamentos, vida real, Deus, Jesus, tudo misturado numa coletânea literária como somente alguém nascido em 1980 poderia escrever. Estudante de Análise de Sistemas, adepto do desafio e fiel a um Deus verdadeiro. Quer mais? Leiam meus textos, deixem seus comentários e aí sim, façam as suas perguntas!!!
1.8.04
Conto
MEMÓRIAS DE UM ESQUECIDO
(Por Bruno Freitas Martins Costa)
Fábio era um rapaz legal, de vida simples. Ele tinha uma namorada e uma vida boa, apesar de ser pobre. A sua namorada se chamava Luciana, e era da mesma idade que ele.
Fábio, sempre que podia, ia à casa de Luciana namorar e conversar com o pai dela, ambos torciam para o mesmo time. Essa parecia ser a vida que Fábio pediu à Deus, apesar da pobreza. Mas não era bem assim que ficaria...
Houve um dia, um daqueles dia em que não se espera nada. Dia de sol de verão, pássaros cantando, férias! Fábio tinha a intenção de pedir a mão de Luciana em casamento. Estava até formulando o modo de pedir isso aos pais dela. Foi então que tudo aconteceu. Sentado no banco da praia, Fábio estava sonhando quando viu no outro lado da rua uma moça muito parecida com Luciana. Esta moça estava aos beijos com um rapaz desconhecido. O semblante de Luciana era muito forte. "Não pode ser ela! Ela namora comigo!", ficou pensando Fábio. Mas mesmo assim, a curiosidade falou mais alto e ele foi atrás do casal que parecia ser perfeito. Parecia...
Fábio foi seguindo, cada vez mais impressionado com a semelhança da moça com Luciana. "Não pode ser! Não pode ser!!!", ficava imaginando Fábio. Mas era. Quando a moça chegou em seu prédio, o mesmo de Luciana, ela olhou para trás. Quando viu Fábio gritou: "Fábio! Você!". Era a sua Luciana, seu objeto de desejo mais profundo, o sonho de anos de namoro e a vontade de pedi-la em casamento indo por água abaixo.
Fábio ficou estático, olhando para dentro dos olhos de Luciana, e só teve forças para perguntar "Por quê?". Luciana foi cabisbaixa em direção de Fábio e falou para ele: "Desculpa Fábio, eu não tinha intenção de te magoar, hoje mesmo eu tinha decidido acabar com o nosso namoro, mas não queria vê-lo sofrer". Fábio respirou fundo, olhou para os céus, quase que perguntando por que isso estava acontecendo com ele, não podia, o amor deles era perfeito! Depois ele olhou firme para Luciana, lágrimas nos olhos, e disse: "Saiba que hoje eu iria pedir a sua mão em casamento". Luciana olhou perplexa para Fábio e disse: "É, você gostava muito de mim", ao que ele respondeu: "Você era minha vida, e agora é minha ruína. Obrigado por destruir esse coração, o mesmo coração que um dia te jurou amor". Era o fim de tudo.
Passou algum tempo e Fábio, muito doente, soube que Luciana ia se casar. Mesmo fraquejando, Fábio ainda teve forças para escrever um poema. Dias depois, por causa da doença, veio a falecer.
Enfim, chega o dia do casamento, Na hora em que Luciana, a noiva, ia entrando na Igreja, uma criança parou e lhe entregou um papel. O papel tinha o poema escrito por Fábio, com letra trêmula, e continha o seguinte:
MEMÓRIAS DE UM ESQUECIDO
Hoje me encontro à beira da rua
Iluminado pela luz da lua
Pobre, sozinho e humilhado
Vendo meu sonho ser despedaçado
Assim cai a chuva, e o pranto vem junto
Agora estou triste, sozinho no mundo
Eu perdi quem eu nunca conquistei
E se não a tenho, nada mais terei
Quando volto a si eu a vejo passando
E noto que em mim não está reparando
É ainda mais triste ser ignorado
O meu coração está sendo enganado!
Quando a peste destemida vier a atacar
E a esse destino me acostumar
Serei um passarinho que caiu do ninho
Então na minha morte me deixe sozinho!
Luciana leu, e ficou transtornada. Perguntou ao garoto como ele estava, ao que o garoto respondeu: "Ele morreu à três dias, mas ele me entregou esse papel há muito tempo, só pediu para lhe entregar no seu casamento".
Luciana então ajoelhou-se no corredor e, pondo as mãos nos olhos marejados, pôs-se a chorar compulsivamente. Tanto que não houve o casamento.
Os convidados que lá estavam não sabiam o que eram aquelas lágrimas. Mas ela sabia...
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário