8.7.05

Velhas crônicas: Crônica XVIII (18/02/2002)

Muitas crônicas eu já escrevi nestes últimos meses. Meses onde foram
escritas crônicas variadas: Crônicas de amor, tristeza, trauma, alegria,
evangélicas. Muito de mim vieram a conhecer, mesmo sem querer. Mas não me
arrependo. Tive respostas dos mais variados tipos: elogiando, criticando,
discutindo, concordando, discordando, enfim, de muitos tipos.

Concordo que minha instabilidade nas crônicas pode ter confundido muitas
pessoas. Afinal não segui uma só linha de raciocínio, mas muitas. Faz parte
de mim, confesso. Espero ter entretido muitas pessoas assim.

Não é por causa deste título que eu não escreverei outras crônicas. Passa
longe disso. Continuarei escrevendo. Mas lanço essas letras para fazer uma
auto-análise de comportamento.

Muitas coisas aconteceram comigo desde que comecei a enviar crônicas. Tive
tristezas, alegrias, momentos de euforia intensa contrastando com tristezas
profundas, resquícios de uma depressão recém-saída. Passei pelas
instabilidades da humanidade, pois, como disseram, falhamos por sermos
humanos. Mas isso não quer dizer que devemos errar. Devemos é vigiar os
nossos passos para que não cometamos os mesmos erros de outrora. Isso também
faz parte das obrigações da humanidade.

Mas nesses últimos dias venho me sentindo como não sentia há muito tempo.
Sinto-me leve, feliz até. Conheci muitas pessoas, conquistei muitos amigos.
E é isso que faz a humanidade caminhar. Um ajuda o outro, e assim
conseqüentemente.

Feliz eu estou sim, por que não estaria? Sinto a paz interna, finalmente.
Encontrei Aquele que é o Senhor de todos os corações, e dei-lhe o meu. Sei
que ainda faltam muitas coisas para conquistar, para encontrar. Porém, não
tenho mais medo de correr atrás de meus objetivos.

Nós mudamos, dia após dia, gradativamente. Nós não somos iguais a ontem, e
assim vai. Espero que todos tenham mudado para melhor, porque acredito ter
mudado assim. Todos que me conheceram tempos atrás sabem bem o que eu era
antes. Mudei drasticamente. Doutrinei paciência em minha vida, assim como
perseverança e, principalmente, esperança. Agora aqui estou.

Disseram para mim que puxo muito minhas crônicas para o lado da morte.
Então, para esses, eu respondo: Talvez seja um modo meu de escrever, mas
algumas crônicas enviadas foram escritas a muito tempo atrás, numa épocas em
que eu realmente não estava bem. Por isso tantas e tão tristes crônicas.

Dá disse a alguns, e agora passo a vocês: Não escrevo mais poesias. Uma
das minhas mudanças é essa. Continuarei escrevendo textos. Poesias foram uma
marca registrada da minha depressão. Foi uma fuga muito triste que possuí.
Usei um dom maravilhoso como válvula de escape para minhas tristezas,
angústias, infelicidades, frustrações. Até hoje tenho marcas profundas em
minha alma, mas Deus tem remediando meu espírito, e pouco a pouco vou me
recompondo.

Por causa disso, possuo muitas seqüelas daquela época. Uma delas é a
incapacidade de chorar. Escreveram para mim que “quem semeia com lágrimas
ceifará com júbilo”. Contudo, o que ceifarei se não semeio? Por mais
emocionado que eu possa ficar, não corre lágrimas aos meus olhos. Creio que
isso não dure eternamente, mas sei que demorará algum tempo até me
desvincular disso.

Outro defeito é usar demasiadamente a razão. Ter uma visão fria das
coisas. Existem coisas que só são possíveis de serem feitas se estivermos
emocionalmente preparados. Peco por isso. Já magoei muitas pessoas por causa
deste meu jeito frio de ser. Assim como o primeiro, espero que não perdure
essa seqüela.

Se antes sonhava com a morte, hoje sonho com o futuro. Fui liberto de
muitas coisas que me machucavam, e hoje sou mais forte. Tenho muito a
agradecer a pessoas que se importaram comigo naquela época, me regatando da
dor e me mostrando a felicidade. Serei eternamente grato. Assim eu vou, e
vou. Passo a ser assim, assim. Obrigado a todos por tudo. Obrigado. É por
vocês que vivo. Por vocês. Graças ao Senhor hoje tenho futuro. É a Ele que
dedico minha vida. Sem Ele, eu não estaria aqui escrevendo. Obrigado Pai.
Não permita que as pessoas passem pelo que passei, guiando-os para o Teu
lado. Obrigado e Amém, Senhor.

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