26.7.04

Tempo


Olhar. Sentir. Pensar. Fluir. Chorar. Sorrir. Tocar. Dormir. Contar. Mentir. São tantas sensações que eu não sei mais o que fazer.

São tantos erros, tantas falhas, todos sem uma segunda chance de consertar, e mesmo assim permaneço fazendo a mesma coisa de sempre. Está na hora de mudar.

Mudar. Penso novamente no meu tempo. Lembro que o mesmo está acabando. Recordo que a minha missão está no fim. Falta pouco para receber minha nova missão, e seguir em um novo caminho, por outros locais e com outras pessoas.

Tenho consciência de que não cumpri por completo a minha missão. Muitas coisas foram feitas pela metade, muitas outras nem foram feitas. O tempo é curto, e os dias passam de forma voraz, incapacitando-me de consertar meus erros. Ao menos a minha missão principal está quase conxluída, e após isso eu vou finalmente descansar na paz tanto tempo almejada.

Descobri imperfeições em minh'alma. Defeitos que atrapalharam muio a minha missão. Já vejo a água turva. O sol, a lua, e até mesmo as estrelas, todas outrora coloridas e brilhantes, hoje as vejo sem cor e sem brilho. Não sinto mais o perfume das flores, ou mesmo a maciez de uma pétala de rosa. Não consigo distinguir o gosto do sucesso ou o gosto do fracasso. Perco de forma gradual os meus cinco sentidos. O começo do fim.

Agora eu vejo o anoitecer. Observo as flores e as pétalas voarem com a brisa da noite. Vejo esse baile cortar a luz do pôr-do-sol que agora observo. O fim da missão. O fim do meu tempo. O fim do caminho. O fim de tudo. E o início de um novo ciclo, com outras missões, outros tempos, outros caminhos. É o ciclo do renascimento. O ciclo do desenvolvimento. O ciclo da vida.

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