3.9.11

Será???


A ARTE DE SER POBRE

Escrito por um duro

Não faz muito tempo e a pobreza era considerada um status social para ser combatida. Mas certa vez nosso ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que "ser pobre é uma arte". Sinceramente, ser pobre há muito tempo deixou de ser status social e se tornou uma arte só dominada pelos peritos que a vivenciam. Posso descrever sobre isso com algumas poucas palavras (afinal, pobre que é pobre economiza até nas palavras):

1 - SER POBRE É SER RESISTENTE: A arte da pobreza se resume muito pela sua resistência física. Afinal, pobre dorme no chão (por não ter dinheiro para comprar um colchão), fica em pé na fila do banco (porque não possui conta), tem que possuir bons níveis aeróbicos e anaeróbicos (pra aguentar correr atrás de ônibus lotados, carregar cesta básica doada pela prefeitura, etc.), e acima de tudo suportar as pancadas violentas que a vida lhes dá gratuitamente;

2 - SER POBRE É SER EQUILIBRISTA: Essa arte única de se equilibrar na corda bamba é um dos talentos mais visíveis do pobre. Afinal, ele é capaz de viver sempre no limite, se equilibrando em contas, dívidas e falta de salários. Sobreviver a isso por mais de seis meses sem ser morto por um agiota é uma habilidade única;

3 - SER POBRE É SER DISTRIBUTIVO: Já viu casa de pobre? Geralmente tem uma cadeira, duas latas ao contrário, uma mesa feita com rolo de fio de telefone e um tampo de madeira, uma rede remendada e 10 pessoas que precisam ser alojadas pra comer. Quando consegue comprar um bombom é preciso repartir por todos, e em tamanho igual pra não causar ciúme. Essa arte de precisão e destreza é o que faz o pobre habilidoso em distribuir;

4 - SER POBRE É SER CORAJOSO: Catar latinha de madrugada no bairro perigoso da cidade, carregar papelão e tralhas na carroça carregada por ele mesmo no meio do trânsito da pior avenida, mergulhar na água podre atrás de garrafa pet pra vender... Só mesmo um pobre (ou um doido varrido) pra tomar atitudes de tanta coragem!

Bem, como vocês viram, ser pobre é uma arte. E eu farei a minha, sobrevivendo a um feriadão sem um tostão no bolso...

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